Oração dos Desesperados
Que a pele escura,
Não seja escudo para os covardes.
Que habitam na senzala do silêncio
Porque nascer negro é
consequência
Ser
É consciência
Dói no povo a dor do universo
Chibata, faca e corte
Miséria, morte
Sob o olhar irônico
De um Deus inverso
Uma dor que tem cor
Escorre na pele e na boca se cala
Uma gente livre para o amor
Mas os pés fincados na senzala.
Dói na gente a dor que mata
Chaga que paralisa o mundo
E sob o olhar de um Deus de
gravata...
Doença, fome, esgoto, inferno
profundo.
Dor que humilha, alimenta cegueira
Trevas, violência, tiro no escuro
Pedaço de pau, lar sem muro
Paraíso do mal
Castelo de madeira
Oh! Senhores
Deuses das máquinas,
Das teclas, das perdidas almas
Do destino e do coração!
Escuta o homem que nasce das
Lágrimas
Da dor, do sangue e do pranto,
Escuta esse pranto
(Que lindo esse povo)
(Quilombo esse povo)
Que vem a galope com voz de
trovão
Pois ele se apega nas armas
Quando se cansa das páginas
Do livro de oração!
Artigo 5º da constituição
Seleção de poemas de Gregório de Matos
Almanaque socioambiental 2008
Nos ombros de gigantes mágicos
Marília de Dirceu (Tomas Antonio Gonzaga)
Artigos da revista Darcy;"Dossiê O que resta do Plano" e "Jovens que evaporam"
Seleção de poemas de Gregório de Matos
Almanaque socioambiental 2008
Nos ombros de gigantes mágicos
Marília de Dirceu (Tomas Antonio Gonzaga)
Artigos da revista Darcy;"Dossiê O que resta do Plano" e "Jovens que evaporam"
Resumos:
A Apologia se Sócrates(Platão)
O texto, a ‘Apologia de Sócrates’, nada mais é do que o
sua auto-defesa utilizadaem seu julgamento em 399 a.C. Na qual, Sócrates
discursa, tendo sido acusado de corrupção da juventude e
impiedade por Metelo,Ânito e Lícon.Sendo este considerado culpado pela
maioria dos votos(281 contra 220, logo, o tribunalformado por estes 501
cidadãos) e condenado a morte(através da ingestão de cicuta).Platão,
discípulo de Sócrates, segundo a tradição, estava doente e não pôde
presenciar otal fato, mas o texto indica o contrário.Através de diversas
provas, ele parece ter estado presente.O texto em si, tem início com uma introdução sobre o estilo de seudiscurso(coloquial,
assim como o que ele utiliza nesta sua defesa), seguido de um rol desuas
atividades corriqueiras e outros aspectos de sua vida e ,ainda sim, acaba
por responder à cada acusação que lhe foi feita.Após sua defesa, o
texto relata suas tentativas de diminuição de pena, para depois fazer uma
“profecia”, em forma de censura, na qual diz aos juízes que estes viverão sem problemas
de consciência após pronunciarem sua morte.Antes mesmo da sua defesa, os
seus acusadores tinham informado aos cidadãosque estivessem prevenidos
para a oratória de Sócrates se não quisessem ser enganados,ao tempo que o mesmo
provasse a sua inocência.Porém, ainda em sua declaração de abertura, Sócrates
declara não ser nem umorador, nem um retórico, de modo que utiliza a linguagem
comum para que todos possam seguir o seu raciocínio, e concluindo que
todos ali presentes deveriam julgar suacausa e não estes outros elementos
acessórios, como o seu modo de falar.Assim introduzido, Sócrates parte para sua defesa, respondendo à duasacusações distintas.A primeira, mais antiga e ampla(temendo mais esta do que asegunda)
e a segunda, atual, feita por três acusadores presentes no tribunal.Sendo
“a mais antiga”, a primeira, um compêndio de queixas contra sua conduta
queforam acumuladas através dos anos, na qual é tido como um criminoso por
conta desuas “visões” difundidas.Declarando tais acusações falsas, defende-se citando acomédia
de Aristófanes, As Nuvens, na qual um personagem chamado Sócrates diz poder
andar pelo ar, o que não contribuiu muito para sua, já, má reputação.Ainda
dizia-se, outro rumor, que este investigava matérias sobrenaturais, da qual
sedefendeu dizendo nunca ter se interessado por ciências práticas(apesar de
admirar físicos, não considerando-os maldosos em seu trabalho) e sim que suas maiores preocupações
versavam sobre a conduta moral e a felicidade da alma.Depois de dito
isto, concentra-se em acusações mais específicas proferidas por Metelo,
seu principal acusador, interrogando-o sobre a acusação de que seria umdemônio,
um ateu que procurava criar os seus deuses.Fazendo-o de forma simples
edireta, faz com que Metelo confunda seu próprio discurso, tornando-se
evidente, paratodos os presentes no tribunal, que este não tinha formulado
bem suas acusações e nemseus possíveis desdobramentos.Metelo
confunde-se novamente ao parecer acusar Sócrates de ser ateu, como de
inventar novos deuses.Feito
isto,Sócrates, parte para outro importante questionamento, julgando
o próprio que deveria alterar seu estilo de investigação e ensino
para com que afastassesua execução.Comparando sua situação com seu
comportamento notório em campos de batalha, em tempos que servia o
exército, assim sendo julga a morte preferível adesgraça, escolhendo viver de acordo
com seus ideais e deuses, do que fazer o contrárioe descumprir a sua
missão de filósofo.Tendo que a verdadeira desgraça seria
descumprir tudo o que acreditava, desobedecendo aos deuses, para salvar
sua própria existência.
O príncipe(Maquiavel)
O Príncipe é dirigido a um príncipe que esteja governando um
Estado, e o aconselha sobre como manter seu governo da forma mais eficiente
possível. Essa eficiência é a ciência política de Maquiavel.
Começa descrevendo os diferentes tipos de Estado e como cada
tipo afeta a forma de governo do príncipe. Também ensina como um príncipe pode
conquistar um Estado e manter o domínio sobre ele. Ex: Principados
hereditários, por já estarem afeiçoados a família do príncipe é mais fácil de
mantê-los.
O difícil é manter os principados novos que na verdade não
são novos, e sim mistos por terem sido incorporados a um Estado hereditário.
Consideram-se inimigos do príncipe todas as pessoas que se
sentiram ofendidas com a ocupação do principado.
Maquiavel apresenta os problemas e as dificuldades, e isso
tudo é demonstrado de uma forma que parece não haver solução. Porém, logo em
seguida ele apresenta não só a solução para os problemas como também conselhos,
os quais o governante deve seguir se quiser ser bem sucedido.
Se um príncipe anexa um Estado a outro mais antigo, e sendo
este da mesma província e da mesma língua, ele será facilmente conquistado.
Porém, para mantê-lo deve-se extinguir o sangue do antigo governante e não
alterar as leis nem os impostos. Agindo dessa forma, em pouco tempo está feita
a união ao antigo Estado.
Também numa província diferente por línguas, costumes e
leis, faça-se o príncipe de chefe e defensor dos mais fracos, e trate de
enfraquecer os poderosos da própria província, e de salvaguardar-se para que
não entre um estrangeiro tão poderoso quanto ele.
Maquiavel afirma que quando se utiliza as colônias, os
únicos prejudicados serão aqueles que perderem suas terras, mas estes sendo
minoria não poderão prejudicar o príncipe, ou seja, o meio utilizado para se
fazer as colônias pode até não ser o mais correto, mas se o fim for bom, o meio
foi justificado.
Um outro ponto interessante é quando o autor diz que o
príncipe deve se fazer defensor dos mais fracos. O que na verdade ocorre hoje
em dia, pois muitos políticos se utilizam dessa tática para conquistar a
confiança do povo e conseguir mais votos.
Outro detalhe muito importante que pode ser percebido no
decorrer de toda obra são os exemplos históricos. Maquiavel fundamenta toda a
sua teoria na história dos grandes homens e dos grandes feitos do passado,
afirma que um príncipe deve seguir os passos desses homens poderosos, que
alguma coisa sempre se aproveita.
O aspecto marcante de sua obra é quando são tratados os
meios de se tornar príncipe, que podem ser dois: pelo valor ou pela fortuna.
Entretanto ele adverte que aqueles que se tornaram príncipes pela fortuna tem
muita dificuldade para se manter no poder. Porém, a fortuna e o valor não são
as únicas formas de se tornar príncipe. Existem outras duas: pela maldade e por
mercê do favor de seus conterrâneos.
É melhor ser amado ou temido?
A resposta de Maquiavel é que o melhor é ser as duas coisas,
mas como é difícil reunir ao mesmo tempo essas duas qualidades, é muito melhor
ser temido do que amado, quando se tenha que falhar numa das duas.
Há na obra um esboço de sugestão de que o novo príncipe terá
chegado ao poder, devido a uma conjugação do destino com o próprio valor e de
que, para conservar o controle, ele será obrigado a agir com grande sutileza e
mesmo com astúcia e crueldade.
No capítulo inicial d´ O Príncipe, Maquiavel postula haver
duas principais vias pelas quais se adquire um principado: pelo exercício da
virtú ou pelo dom da fortuna. Algumas figuras maquiavélicas Moisés, Ciro e
Rômulo “criaram grandes e duradouras instituições”, devido à virtú. Já a
decadência de Cesare Borgia foi decorrente da fortuna que o abandonou.
Por intermédio de uma história comparada, Maquiavel conclui
que apenas por meio da virtú um príncipe pode vencer a instabilidade da fortuna
e assim conservar seu estado.
A um
príncipe pouco devem importar as considerações se é amado pelo povo, mas,
quando este é seu inimigo e o odeia, deve temer tudo e a todos.Antígona(Sófocles)
A história tem
início com a morte dos dois filhos de Édipo, Etéocles e Polinices, que se
mataram mutuamente na luta pelo trono de Tebas. Com isso sobe ao poderCreonte,
parente próximo da linhagem de Jocasta. Seu
primeiro édito dizia respeito ao sepultamento dos irmãos Labdácidas. Ficou
estipulado que o corpo de Etéocles receberia todo cerimonial devido aos mortos
e aos deuses. Já Polinices teria seu corpo largado a esmo, sem o direito de ser
sepultado e deixado para que as aves de rapina e os cães o dilacerassem.
Creonte entendia que isso serviria de exemplo para todos os que pretendessem
intentar contra o governo de Tebas.
Ao saber do
édito, Antígona deixa claro que não deixará o corpo do irmão sem os ritos
sagrados, mesmo que tenha que pagar com a própria vida por tal ação. Mostra-se
insubmissa às leis humanas por estarem indo de encontro às leis divinas.
Ainda no primeiro
episódio, Creonte é informado por um guarda de que o corpo de Polinices havia
recebido uma camada de pó e com isso seu édito havia sido desrespeitado,
colocando sua autoridade à prova. Ele se enfurece ainda mais quando o coro
interroga-se, questionando se não teria sido obra dos próprios deuses.
Entra o primeiro
estásimo, quando o coro exalta a capacidade do homem.
No segundo
episódio o guarda descobre que o rebelde tratava-se de Antígona e a leva até
Creontes. Trava-se então um duelo de idéias e ideais: de uma lado a fé, tendo
como sua defesa o cumprimento às leis dos deuses, as quais são mais antigas e,
segundo ela, superiores às terrenas, e de outro lado o inquisidor, que tenta
mostrar que ela agiu errado, explica seus motivos e razões, mas cada um
continua impávido em suas crenças. Creonte manda também chamar Ismênia, que
mesmo sem ter concordado com o ato da irmã, ainda no prólogo, confessa o crime
que não cometeu. Ainda assim não recebe a admiração da irmã, a única e real
transgressora. Ambas são condenadas à morte.
O segundo
estásimo reflete sobre as maldições que
se acumularam sobre os Labdácidas. O diálogo travado entre Creonte e seu filho Hêmon,
futuro marido de Antígona, já no terceiro episódio, explicita a honradez do
jovem rapaz e sua submissão às ordens paternas. Contudo, não deixa de levar
argumentos concretos para a defesa de sua amada, de como o édito está sendo
contestado pelo povo nas ruas, e que toda a cidade está de acordo com o feito
de Antígona. Nesse ponto o autor mostra que avaidade e o poder já tomaram conta de Creonte,
que acredita ser o único a poder ordenar e governar aquele país ("E a
cidade é que vai prescrever-me o que devo ordenar?" – linha 734 e
"Acaso não se deve entender que o Estado é de quem manda?" – linha
738). O filho ainda tenta trazê-lo à razão na linha 745: "Não tens
respeito por ele [seu soberano poder] quando calcas as honras devidas aos
deuses". A discussão se acalora a ponto de Hêmon ameaçar se matar caso o
pai não revogue a condenação, mas é entendido como uma ameaça de parricídio.
Então o tirano decide tornar mais cruel a pena de
Antígona, aprisionando-a em uma caverna escavada na rocha, só com o alimento
indispensável, para assim ter um fim lento.
O terceiro
estásimo celebra Eros, deus do
amor, que geralmente leva as pessoas a ignorarem o bom senso.
O quarto episódio
mostra as lamentações de Antígona. Pode-se entender de um lado como sendo uma
tentativa de insuflar o povo a se revoltar contra o governo tirano de Creonte,
mas também uma auto-comiseração, mesmo diante de falas como "sem
lágrimas", "...eu, em muito a mais perversa". O coro, no quarto
estásimo, faz comparações com outras personagens mitológicas que
também foram emparedadas.
Quinto episódio:
entra Tirésias, adivinho conhecido e respeitado por todos. Ele adverte Creonte
do mal que irá se abater em sua vida devido à sua teimosia, e que os deuses
estão enfurecidos. Ele mantém-se irredutível, mas após a partida do adivinho é
convencido pelo coro a libertar Antígona e sepultar Polinices.
No quinto
estásimo o coro recorre a Dioníso,
patrono de Tebas, para que ele restaure a cidade. O desfecho trágico
apresentado no êxodo é típico sofocliano, com diversas mortes. Mesmo tendo
sepultado ele mesmo o sobrinho há muito morto, Creonte terá que viver com o
peso da morte de Antígona, que já havia se matado quando ele fora buscá-la, com
o suicídio de seu filho Hêmon, ao saber da morte da amada e com o suicídio da
própria esposa,Eurídice, ao receber a notícia da morte do filho querido.
Sobre a Peça
Esta
obra é uma das três que compõem o que ficou conhecido como Trilogia Tebana, da qual também fazem
parte Édipo
Rei e Édipo
em Colono. Essas três peças foram unidas posteriormente, e não
faziam parte da mesma trilogia quando Sófocles as escreveu. Na verdade, cada
uma era parte de uma trilogia diferente, mas apenas essas três peças chegaram
aos dias de hoje.
Este Mundo de Injustiça Globalizada(José Saramago)
"Este mundo da Injustiça Globalizada" é um
ensaio de José Saramago lido por ele no encerramento do Fórum Social Mundial de
2002 ocorrido em Porto Alegre, no Brasil! Esse gênero textual é, segundo a
página da wikipédia na internet, "um texto literário breve, situado entre
o poético e o didático, expondo ideias, críticas e reflexões morais e
filosóficas a respeito de certo tema". Saramago foi, até esta data, o
único escritor em Língua Portuguesa a ganhar o Prêmio Nobel de Literatura, fato
ocorrido em 1998. Saramago lembra sal amargo, chamado pela IUPAC de sulfato de
magnésio, composto químico de indicações agrárias e médicas, tem o sabor
oscilante entre o ácido e o amargo, informaçãotambém colhida na wikipédia ...
Coincidências à parte, Saramago tem o mesmo sabor, pelo menos aos que ele chama
de "esquerdistas, anquilosados em fórmulas caducas, alheios ou impotentes
para enfrentar as realidades brutais do mundo actual, fechando os olhos às já
evidentes e temíveis ameaças que o futuro está a preparar contra aquela
dignidade racional e sensível que imaginávamos ser a suprema aspiração dos
seres humanos." Em 1995, Saramago publicara o romance "Ensaio sobre a
cegueira" e, em 2004, "Ensaio sobre a lucidez" ambos de caráter
sócio-político-econômico. Podemos estabelecer intertextualidade entre esses
romances e "Elogio da Loucura" publicado pelo holandês Herasmo de
Roterdã em 1509. Essa obra é considerada "um dos mais influentes livros da
civilização ocidental e um dos catalizadores da Reforma
Protestante"(Wikipédia). A propósito, o supracitado fórum ocorreu em 2002,
portanto entre os dois romances referenciados. Nessa oportunidade o autor
abordou a dialética situação em que se encontra o mundo dividido: muita riqueza
para poucos e muita miséria para muitos! Ele ataca o processo de globalização,
contexto em que "o rato dos Direitos Humanos" acabará devorado pelo
"gato da globalização econômica". Somos ratos ou gatos nessa
história? Se compactuamos com a atual concentração desumana de renda, cultura,
saúde, educação, cidadania de um modo geral, somos gatos; se badalamos o
"sino", aquele mesmo que um camponês italiano fez soar pela morte da
Justiça no século XVI, somos ratos... Camundongos crescidos, reforçados pela
indignação acumulada desde o início da "Idade Moderna": Renascimento
cultural! Quem foram os mecenas dos analfabetos, marginalizadossociais, nossos
ascendentes? Mercantilismo! Quanto ouro o citado camponês de Florença conseguiu
adquirir em toda sua vida? No dicionário de símbolos, o sino é descrito de
maneira dicotômica: anuncia o nascimento e a morte. Basta lembrar do sino como
símbolo de Natal... E da prática de se tocar o sino quando morre alguém...
Então, já que a Justiça está morta, vamos tocar o sino pela sua ressurreição,em
âmbito globalizado assim como vive a Injustiça, por quem também há de dobrar o
sino, anunciando seu fim! Ironicamente ele sugere
que não adianta vendar os olhos da Justiça e lhe viciarem os pesos da
balança... Saramago refere-se à Democracia como um sistema político demagógico
que não tem nada de popular, cujas premissas precisam ser reavaliadas com
urgência. Ele
desprestigia o direito do voto, como uma prática inútil diante do poder
econômico, "única e real força que governa o mundo".Para finalizar,
Saramago exalta a Declaração Universal dos Direitos Humanos acima de qualquer
programa de governo ou metas sindicalistas, em que o tão aclamado bem-comum não
passa de um chavão, clichê, lugar-comum apropriado em discursos manipulatórios
pré-eleitorais.
melhor blog que já conheci na vida.. PARABÉNS 1ºN
ResponderExcluirMELHOR BLOGGG OBRIGADAA
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